Escalas

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O que são escalas?


As oitavas (veja intervalos) são igualmente divididas em doze notas. A escala é uma série de notas selecionadas dentre essas doze. Devemos ressaltar também que a escala é a base de qualquer música, a "régua musical" que permite ao músico construir seu mundo.

Cada uma dessas notas é um grau e cada grau tem seu próprio nome (veja mais adiante), mas é também frequentemente designado por um número romano:

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Duas escalas são distinguidas uma da outra pelo número de notas que tem e a distância entre seus graus.

Por exemplo, sete diferente escalas podem ser construídas com sete notas naturais.

Cada uma dessas figuras mostra uma ordem característica de tons e semitons. A primeira é uma escala maior, a segunda o terceiro modo gregoriano ou modo Frígio. Esses nomes referem-se à estrutura específica de cada escala.

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Porém, para que se possa manter a ordem de tons e semitons (conforme mostrado na figura com T e ST), as notas são alteradas através de acidentes. Por exemplo, para se construir uma escala Maior a partir da nota Ré, é necessário alterar o Fá e Dó um semitom acima.

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Temos então a escala de Ré Maior. Na verdade existem infinitas escalas e podem ser criadas enquanto se está compondo. Compositores tais como Claude Debussy, Olivier Messiaen e Bela Bartok fizeram isso em sua época.


A ESCALA MAIOR


A Escala Maior tem 7 notas que são separadas por um tom, exceto entre os graus III-IV e VII-VIII.

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A escala maior e a menor (veja mais adiante) são as mais comuns, tem sido usadas pelos últimos 400 anos.

As escalas Maiores tem a sequência (abaixo) de tons (T) e semitons (ST), ou seja, somente entre os graus III pra IV e VII pra VIII é que tem a distância de meio tom, os demais tem 1 tom de distância. Lembrando que, o VII grau é o mesmo que o I (a nota inicial).

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A ESCALA MENOR


Assim como a escala maior, a Escala menor tem 7 notas que são separadas por tons, exceto entre os graus II-III e V-VI que tem meio tom de distância. A escala menor tem 3 tipos:

Pura: mesmos acidentes fixos da sua relativa maior tanto na ascendência como na descendência.

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Harmônica: tem os mesmos acidentes fixos da sua relativa maior e mais o 7º grau alterado meio tom acima, tanto na ascendência como na descendência.

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Melódica: tem os mesmos acidentes fixos da sua relativa maior, porém na ascendência tem o 6º e 7º graus alterados e na descendência volta como uma escala pura.

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RELATIVAS


Para se encontrar a relativa menor de uma escala maior, pode-se contar 3 notas pra baixo a partir do I grau da maior. Exemplo, da escala de Dó, contamos Dó-Si-Lá, então a relativa é Lá menor.

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Outra maneira de se encontrar a relativa menor da escala maior, é identificando o VI grau.

Exemplo, a escala de Fá Maior, o VI grau de Fá é Ré, então a relativa é Ré menor.

E do contrário, quando se quer encontrar a relativa maior, pode-se contar 3 notas pra cima a partir do I grau da menor. Mas não devemos esquecer os acidentes fixos. Exemplo, a escala de Dó menor, contamos Dó-Ré-Mi, portanto a relativa é Mi bemol, não pode ser de Mi porque na escala de Mi Maior o Dó é sustenido, então teria que ser Dó# menor.


ACIDENTES FIXOS


A escala de Dó maior e suas relativas menores de Lá, não tem nenhum acidente fixo. Mas para se construir as outras escalas, é necessário que se use esses acidentes que aparecem junto da clave, também chamados de "Armadura de Clave". Por exemplo, a escala de Sol Maior tem o Fá#, uma música construída nessa escala, significa que todos os Fás devem ser sustenidos. Se caso a pessoa queira que algum Fá seja natural, então deve colocar o sinal de bequadro (veja em acidentes) ao lado da nota.

Os acidentes fixos existem para que não seja necessário escrever tantas vezes o mesmo acidente, e deve ser colocado entre a clave e os números que indicam o compasso.

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As escalas com sustenidos são as seguintes:

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E as escalas com bemóis são:

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IDENTIFICANDO ACIDENTES FIXOS


Cada acidente fixo está relacionado à uma escala maior e sua relativa menor. Com prática, é possível memorizar os acidentes de cada escala. Lembre-se que a ordem dos sustenidos é Fá, Dó, Sol, Ré, Lá, Mi, Si e a dos bemóis o inverso Si. Mi, Lá, Ré, Sol, Dó, Fá.

Eis aqui duas maneiras de se identificá-las:

 

Sustenidos

Observa-se o que fica na frente e conte uma nota acima. Por exemplo, o acidente fixo é Fá, a nota seguinte é Sol, então é escala de Sol Maior.

Ou senão, pode-se pensar assim: o sustenido da frente é o Fá, a nota que está meio tom acima de Fá# é o Sol, portanto, escala de Sol Maior. Observe esses outros exemplos:

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Bemóis

Com exceção da escala de Fá Maior que tem somente o Sib, observe o bemol que fica na frente e o de trás. Exemplo, os bemóis são Si, Mi, Lá, Ré. O Ré é o da frente, o de trás é o Lá, então é uma escala de Láb Maior.

Ou senão, pode-se contar a quarta nota abaixo, a partir da nota que é bemol na frente. O mesmo citado acima, Si, Mi, Lá e Ré. O Ré é o da frente, então conta-se Ré-Dó-Si-Lá, portanto escala de Láb Maior.

Outros exemplos:

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CONSTRUINDO ESCALAS MAIORES


Ao construir as escalas maiores, é importante lembrar a ordem de tons e semitons entre os graus:

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As figuras abaixo mostram a construção de escalas com acidentes a partir da escala de Dó Maior, sempre seguindo a ordem da distância que as notas devem ter (mostrada acima).

Isso é apenas uma demonstração, não se esqueça que se você for escrever uma escala à parte, deve colocar os acidentes fixos ao lado da clave.

Primeiramente, traçamos uma linha no meio, e então temos 4 notas de cada lado, dois tetracordes. Parase encontrar as escalas com sustenidos, passamos as notas do 2º tetracorde para o primeiro lado da pauta seguinte e completamos o segundo lado com as 4 notas acima:

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No caso dos bemóis, passamos o 1º tetracorde para o segundo lado da pauta seguinte e completamos o primeiro lado com as quatro notas abaixo:

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NOMES DOS GRAUS


Além de referirmos aos graus das escalas maiores e menores por números romanos, os seguintes nomes também podem ser usados. A tabela em cinza indica os termos atuais, em que nomes se repetem.

A tabela em azul mostra os termos tradicionais, com nomes diferentes.

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TONALIDADE


O conceito de tonalidade surgiu durante o período renascentista e foi estabelecido durante o período Barroco, é relacionado ao uso de escalas maiores e menores.

Quando uma peça é construída em uma dessas escalas, a tônica da escala se torna o tom central. A peça então está na tonalidade dessa escala.

Em peças musicais Barrocas, Clássicas e Românticas, o acidente fixo significava o tom principal. Contudo,númeras modulações (mudanças momentâneas de tons) ocorriam durante a peça.

Acordes (principalmente acordes de sétima) e harmonia ajudam a definir tonalidade e processo de modulações. Um exemplo, é o campo harmônico, que é uma série de acordes que se formam em determinada escala harmonizando uma música feita naquela tonalidade.


MODOS GREGORIANOS


Modos Gregorianos foram usados durante a Idade Média e o Renascentismo.

Progressivamente, tornaram-se nossas escalas maiores e menores. O número de modos varia de acordo com o período e visão dos teoristas, mas no geral, oito modos gregorianos foram identificados.

Modos Gregorianos tinham um final, uma nota na qual a melodia terminava e na qual era baseada. Sua função era similar à que tem a tônica em escalas maiores e menores. E também tinham uma dominante que era a nota sobre a qual havia muita insistência durante a melodia.

Modos são dividos em duas categorias: autênticos e plagais. Cada modo plagal é associado com um autêntico. Ambos tem as mesmas notas e o mesmo final. A diferença entre o modo autêntico e sua plagal relativa está na natureza da nota dominante e na extensão.

Teóricos em Canto Gregoriano associam os números I, III, V e VII à modos autênticos. A relativa plagal aos números II, IV, VI e VIII. Ou seja, a relação é I-II, III-IV...etc..

Alguns teóricos usam nomes gregos tais como Dórico, Frigio, Lídio e Mixolídio para se referir aos modos autênticos I, III, V e VII respectivamente. E para os modos plagais, o prefixo hipo é adicionado ao nome da relativa autêntica: modo II torna-se modo Hipodórico, IV o Hipofrigio..etc..

Esses modos foram esquecidos por vários séculos. Contudo, variações tem surgido e usados novamente na música Clássica e também no Jazz. Abaixo estão os modos gregorianos. Finais estão indicados com a letra F e dominantes com D.


Modos Autênticos

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Modos Plagais

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MODOS DE JAZZ


Esses modos, que são variações dos modos gregorianos, são usados hoje em dia no Jazz e foram usados no fim do século passado por compositores tais como Claude Debussy.

Alguns desses modos tem sobrevivido dentro da música folk em algumas regiões, este é o caso do modo Frigio na música em Andaluzia (Espanha).

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ESCALA PENTATÔNICA


Conforme o nome diz, Escalas Pentatônicas são formadas de cinco tons (do grego "pente"). Essas escalas são muito usadas em música folk em vários países. Compositores clássicos como Claude Debussy e Maurice Ravel usaram em suas peças também.

Apesar de que qualquer escala formada de cinco tons pode teoricamente ser chamada de pentatônica, as formas mais comuns são as seguintes:


1) Dó-Ré, 2) Ré-Mi, 3) Mi-Sol, 4) Sol-Lá, 5) Lá-Dó

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ESCALA CROMÁTICA


Na Escala Cromática, as notas são separadas umas das outras por um semitom.

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ESCALA DE TOM INTEIRO


Nas Escala de Tons inteiros, as notas são separadas uma das outras por um tom. Isso se destaca no trabalho de Debussy.

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A ESCALA DIMINUTA


Na Escala Diminuta, a distância entre as notas pode ser de um tom ou meio tom. O termo diminuta vem do fato que os graus I, III, V e VII formam um acorde de sétima diminuta.

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