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Acordes
Acordes
O QUE É UM ACORDE?
Três ou mais notas tocadas simultaneamente, formam um acorde. A nota sobre a qual o acorde é formado, é chamada de fundamental. As outras notas são chamadas pelo grau que são em relação à fundamental, respeitando a respectiva escala. Neste exemplo, temos um acorde de Dó Maior, Mi é o terceiro grau e Sol é o quinto grau.
Para identificação dos acordes, são usadas as Cifras C, D, E, F, G, A e B
Que correspondem às notas Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si
Exemplos de Acordes da Escala de C (Dó) Maior
Um acorde terá no mínimo três notas. As alterações ou adições são indicadas ao lado da cifra. Eis abaixo, alguns dos acordes mais comuns e usados da escala de Dó Maior:
C (somente a tríade, sem nenhuma alteração ou adição)
Cm (m de menor que indica que o 3º grau deve estar um semitom abaixo)
C7+ (a tríade e mais o 7º grau do jeito que está na escala)
C7 (ou 7-, mostra que significa a tríade mais o 7º grau um semitom abaixo)
Cm7 (ou Cm7-: a tríade mais o 7º grau, porém o 7º e o 3º graus um semitom abaixo)
C6 (a tríade mais o 6º grau do jeito que é na escala)
C5+ (a tríade com o 5º grau um semitom acima)
Exemplo no Curso de Teclado -
A cifra pode estar acompanhada de um destes símbolos acima.. Ambos indicam que o acorde tem a tríade e mais o 7º grau. A diferença é que no caso do diminuto, deve-se abaixar meio tom no 3º e 5º graus e 1 tom no 7º. No caso do meio diminuto, abaixa-se meio tom tanto no 3º, 5º e 7º graus.
INVERSÕES
Um acorde está na posição fundamental quando a nota principal (fundamental) é a mais baixa. Na primeira inversão, a nota mais grave é a terceira e na segunda inversão é a quinta. No seguinte exemplo, vemos a tríade de C na posição original e em duas inversões respectivamente:
Quanto mais notas o acorde tiver, mais inversões terá. Neste exemplo, vemos um acorde de G7 (que indica a tríade + o 7º grau um semitom abaixo do que é na escala) e as inversões:
TRÍADES
Tríades são acordes formados de três notas (1º, 3º e 5º graus) e podem ser maiores, menores, aumentadas ou diminutas. Os exemplos seguintes mostram a estrutura de cada um desses:
Tríades Maiores: 1º, 3º e 5º graus do jeito que são na respectiva escala (ou relativo à intervalos, tem a Terça maior e quinta justa)
Tríades menores: 3º grau um semitom abaixo e 1º e 5º do jeito que são na respectiva escala (ou sobre intervalos, tem a terça menor e quinta justa)
Tríades diminutas: 1º grau do jeito que é na escala, 3º e 5º graus um semitom abaixo (ou relativo à intervalos, tem a terça menor e a quinta diminuta)
Tríades aumentadas: 1º e 3º graus do jeito que são na respectiva escala e 5º grau um semitom acima (ou relativo à intervalos, tem a terça maior e quinta aumentada)
TRÍADES EM ESCALA MAIORES
O seguinte exemplo mostra tríades que se formam usando notas de uma escala Maior:
Em todas as escalas maiores, as tríades formadas nos 1º/4º/5º graus são Maiores. As formadas nos 2º/3º/6º graus são menores e as no 7º grau são diminutas.
TRÍADES EM ESCALAS MENORES
A variedade de tríades em escalas menores é maior, pois há 3 tipos: pura, harmônica e melódica.
Tríades em uma escala menor Pura
Tríades em uma escala menor Harmônica
Tríades em uma escala menor Melódica
TRÍADES E GRAUS DAS ESCALAS
A seguinte tabela mostra os graus da escala onde encontramos cada tipo de tríade:
Sabendo o tipo de tríade formada em cada grau da escala, pode ajudar muito a identificar tríades.
IDENTIFICANDO TRÍADES
Identificando tríades rapidamente e com precisão é um requerimento essencial se caso você queira poder analisar e entender a música que está interpretando ou que estiver ouvindo.
Então, é importante desenvolver essa habilidade que envolve também a identificação de intervalos intervalos, principalmente terças e quintas.
Usando seu conhecimento sobre intervalos, você pode identificar tríades rapidamente. Uma maneira de fazer isso é classificar a terça e então a quinta. A seguinte tabela mostra a combinação dos intervalos característicos de cada tipo de tríade:
Pode-se também identificar duas terças que constroem o acorde. A tabela abaixo mostra a combinação dos intervalos característicos de cada tipo de tríade.
Alternativa para Identificação de Tríades
Acorde D ou Tríade Maior de D (Ré). Aqui, o acidente fixo indica escala de Sol Maior. O acorde é formado no quinto grau da escala. Concluimos que são tríades maiores, pois são construídas no quinto grau de escalas maiores.
Acorde Cm (tríade de C com o terceiro grau meio tom abaixo) ou tríade menor de Dó. Neste exemplo, o acidente fixo é da escala de Sib Maior. O acorde é formado no segundo grau. Tríades construídas no segundo grau de escalas maiores são sempre tríades menores.
Acorde de C# ou Tríade Maior de C#. Neste caso, há duas maneiras de se identificar:
1. Observe que o acidente fixo é da escala de Lá Maior. Tríade construída no terceiro grau de escala maior é uma tríade menor. Contudo, neste caso, a terça do acorde é uma terça maior (pois Mi é sustenido na escala de C#). Portanto, é uma tríade maior.
2. Ou pode-se considerar os acidentes fixos como da escala de F# menor. E# é característico de escalas menores harmônicas e melódicas. Portanto, em ambos os casos, o acorde construído no quinto grau é maior.
ACORDES DE SÉTIMA
Adicionando-se uma terça à qualquer tríade, obtemos um Acorde de Sétima. Este acorde é chamado assim porque forma um intervalo de sétima em relação à fundamental.
Acordes de Sétima podem ser constuídos em cada um dos graus das escalas maiores e menores e identificados analisando-se a tríade e o intervalo de sétima que formam o acorde.
Os exemplos a seguir, mostram a estrutura dos acordes de sétima mais comuns:
A ORIGEM DOS NOMES DOS ACORDES
Conforme mostrado nesta tabela, sétimas dominantes são chamadas pelo nome do grau da escala em que são formadas. O nome dado à maior, menor e sétima diminuta é determinado pelo tipo de tríade e intervalo de sétima em que são construídas.
ACORDES DE SETIMA EM ESCALAS MAIORES
Esses são os acordes de sétima que podem ser formados usando-se uma escala Maior:
ACORDES DE SÉTIMA EM ESCALAS MENORES
Como há três tipos de escalas menores (puras, harmônicas e melódicas) há uma maior variação de acordes de sétima nessas escalas.
Acordes de Sétima em escala menor pura
em escala menor melódica
Nas escalas menores harmônicas e melódicas, há dois tipos de sétimas que não correspondem à nenhum nome aceito porque não são usados na música tradicional com frequência. Nesses casos, o tipo de tríade e intervalo de sétima são usados para classificação. Mais tarde, o nome sétima aumentada foi usado para o acorde formado por uma tríade maior e uma sétima maior. Contudo, a maioria dos que estudam harmonia não adotaram este termo.
ACORDES DE SÉTIMA E GRAUS DAS ESCALAS
Esta tabela mostra os graus das escalas onde podemos encontrar cada tipo de acordes de sétima.
IDENTIFICANDO ACORDES DE SÉTIMA
Há várias maneiras de se identificar acordes de sétima. Primeiro, a tríade e o intervalo de sétima que formam o acorde podem ser identificados. Para que se possa usar esse método, a estrutura de cada tipo diferente de acorde de sétima deve estar em mente:
Por outro lado, o tipo de acorde pode ser identificado observando-se os acidentes fixos e o grau em que o acorde é construído:
Sétima Dominante. Os acidentes fixos indicam escala de Ré Maior e o acorde é construído no quinto grau. Na escala maior, o acorde de sétima dominante é construído no quinto grau.
ACORDES DE NONA
Um acorde de nona é criado adicionando-se uma nona ao acorde de sétima.
Os mais comuns são construídos no grau dominante de escala menores assim como escala maiores.
Como é maior em escala maior e menor em escala menor, são chamadas de nona dominante maior e nona dominante menor.
Nonas também podem ser construídas em sétimas maiores e sétimas menores:
O acorde de nona aumentada é obtido adicionando-se um intervalo de nona aumentada à um acorde de sétima dominante. Em muitos casos, o intervalo de nona é simplificado enarmonicamente. Então, o acorde torna-se uma nona dominante com uma terça maior e menor:
Conforme aparece nas antigas obras de Chopin, esse acorde é encontrado na forma de um arpejo. Geralmente, esse acorde não é mencionando em discussões sobre harmonia.
ACORDES DE DÉCIMA PRIMEIRA E TERCEIRA
Além de adicionar sétimas e nonas às tríades, é possível continuar adicionando intervalos de décima primeira e terceira. Uma tríade para a qual a sétima, nona, décima primeira e terceira são adicionadas, terão as 7 notas de uma escala:
Devido à intensidade do som, uma ou mais notas são geralmente eliminadas desses acordes. É também comum eliminar a terceira nota, particularmente em acordes de décima primeira. A figura a seguir mostra esses acordes na peça de Claude Debussy chamada "La fille aux cheveux de lin".
Acorde de Gb 7ª dominante com 9ª (Ab), 11ª (Cb) e 13ª (Eb)
ACORDES DE QUINTA AUMENTADO E DIMINUTO
A quinta é geralmente elevada e/ou abaixada em tríades maiores e acordes de sétima dominante:
ACORDES DE SEXTA AUMENTADO
Há pelo menos três tipos de sexta aumentada: a italiana, a francesa e a alemã. Esses acordes são geralmente usados para se alcançar o acorde dominante ou da tônica em segunda inversâo quando se executa uma cadência em escalas maiores e menores.
A Sexta Italiana
O acorde de sexta italiana é formado no quarto grau geralmente na primeira inversão. A fundamental é elevada meio tom criando um intervalo de sexta aumentada com o baixo.
(Sexta Italiana, Lá menor)
No caso de escala maior, a terça do acorde deve também ser alterada e então terá as mesmas alterações como na escala menor. O acorde é dito tirado da escala menor. Isso também se aplica à outros acordes de sexta aum. e sexta napolitana.
(Sexta Italiana, Lá Maior)
A Sexta Francesa
O acorde de sexta francesa é formada no segundo grau. É um acorde de sétima. Comumente usado na Segunda inversão. Sua terça é elevada meio tom para se construir um intervalo de sexta aumentada com o baixo:
A Sexta Alemã
O acorde de sexta Alemã é construído no quarto grau. É um acorde de sétima usado na primeira inversão. A fundamental é elevada meio tom para criar-se um intervalo de sexta aum. com o baixo:
ACORDE DE SEXTA NAPOLITANO
O acorde de sexta napolitana é construído no 2º grau das escala maiores e menores. Geralmente, é usado na 1ª inversâo. Sua fundamental é abaixada meio tom. É usado para alcançar o acorde dominante ou da tônica na segunda inversâo quando se executa uma cadência:
Quando se usa um acorde de sexta napolitana em escala maiores, a quinta deve ser abaixada meio tom para obter-se os mesmos acidentes do acorde como em escala menor.
ACORDES E AS SÉRIES HARMONICAS
Em seu livro "Traité d'analyse harmonique", o musicologista Jacques Chailley, diz que é errado explicar a formação de acordes pela superposição de terças. De acordo com ele, a formação dos acordes segue as séries harmônicas inconscientemente.
As séries harmônicas é um fenômeno físico que explica o timbre dos instrumentos dentre outros aspectos. Quando você ouve um som, não está somente ouvindo esse som como também uma série de sons entitulados harmônicas superimpostas nesse som. Quando Dó é a nota base, a ordem das harmônicas é a seguinte:
Assim é como acordes são criados em séries harmônicas. Tríades surgem com harmônica 4, acordes de sétima com harmônica 6 e acordes de nona com harmônica 8. Jacques Chailley argumenta que tríades e outros acordes são formados pela superimposição das harmônicas das séries na nota fundamental: 1 à 4 em caso de tríades, 1 à 6 em caso de acordes de sétima e 1 à 8 em caso de acordes de nona.
Apesar que as idéias de Chailley são válidas, é conveniente manter em mente que acordes são criados pela superposição de terças.